O que é tempo no alvo e qual a sua importância para o diabetes

Não é novidade que o controle glicêmico é essencial para um tratamento individualizado e prática comum na rotina diária de pessoas com diabetes. No método tradicional e mais conhecido, a glicose no sangue é medida em jejum, antes do almoço e do jantar (pré-prandial), duas horas após essas principais refeições (pós-prandial), e também antes de dormir. Porém, a tecnologia pode, e deve, ser usada a favor da humanidade.

Com a chegada da monitorização contínua de glicose (CGM - Continuous Glucose Monitoring), surgiram novos parâmetros para esse controle dos níveis de açúcar no sangue, como o tempo no alvo (TIR – time in range). Essa referência mostra aos pacientes as porcentagens de tempo no qual o índice de glicose ficou abaixo, acima ou na faixa sugerida pelo médico1. Ou seja: a equipe médica determina um nível para o índice glicêmico da pessoa com diabetes e, a partir daí, esse número passa a ser o alvo, o objetivo de cada um. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) recomenda que a maioria dos pacientes passe, no mínimo, 70% do tempo dentro da faixa desejada, o que equivale a pouco mais de 17 horas diárias.

O índice glicêmico recomendado pela SBD e por outras entidades internacionais é de 70 a 180 mg/dL (miligrama de decilitro) e manter esses níveis de glicose faz com que diminua a hemoglobina glicada no organismo, reduzindo também o risco de complicações como doenças cardiovasculares e renais, problemas de visão e neuropatia periférica, principal causa de amputação no Brasil.

Também de acordo com a SBD, o ideal é que a hemoglobina glicada (HbA1c) esteja abaixo de 7,0% em pessoas com qualquer tipo de diabetes, desde que não ocorra episódios de hipoglicemias frequentes2. Alguns estudos mostram que esses episódios de queda de glicose no sangue podem ser evitados com tratamentos mais modernos, como o monitoramento contínuo de glicose (CGM) e o sistema de infusão de insulina3 e 4.

Se manter dentro do alvo determinado pelo médico, de acordo com a realidade clínica de cada pessoa com diabetes, vai ajudar no gerenciamento e adequação dos procedimentos médicos, como ajuste de insulina ou outros medicamentos, mudança na alimentação e a prática de exercícios físicos, e dar ao paciente controle e conhecimento sobre o próprio corpo.

O monitoramento continuo com o FreeStyle Libre, por exemplo, é simples, sem picadas de dedo5 e sem dor6. A tecnologia mostra um filme completo do perfil glicêmico de cada pessoa com gráficos e setas de tendência. Tudo é feito por meio de um leitor ou APP no celular, desta forma ajuda a evitar hipoglicemia (baixos valores de glicose no sangue), hiperglicemia (altos índices de glicose no sangue) e cetoacidose diabética (valores muito altos de glicose no sangue)7.

Outra vantagem é que todos os dados registrados pelo sensor de glicose ficam armazenados8 e podem ser acessados pelo médico ou outro profissional de saúde que faça o acompanhamento do paciente por meio da plataforma FreeStyle LibreView9.

REFERÊNCIAS:

  1. Pititto B, Dias M, Moura F, Lamounier R, Calliari S, Bertoluci M. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/557753.2022-3, ISBN: 978-85-5722-906-8.
  2. https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/#ftoc-recomendacoes
  3. Karges B, Rosenbauer J, Kapellen T, Wagner VM, Schober E, Karges W, et al. Hemoglobin A1c Levels and risk of severe hypoglycemia in children and young adults with type 1 diabetes from Germany and Austria: a trend analysis in a cohort of 37,539 patients between 1995 and 2012. PLoS Med. 2014 Oct 7;11(10):e1001742.
  4. Haynes A, Hermann JM, Miller KM, Hofer SE, Jones TW, Beck RW, et al. Severe hypoglycemia rates are not associated with HbA1c: a cross-sectional analysis of 3 contemporary pediatric diabetes registry databases. Pediatr Diabetes. 2017 Nov;18(7):643–50.
  5. O teste de ponta de dedo é necessário se as leituras não corresponderem aos sintomas ou expectativas.
  6. Haak, Thomas., et al. Flash glucose-sensing technology as a replacement for blood glucose monitoring for the management of insulin-treated type 2 diabetes: a multicenter, open-label randomized controlled trial. Diabetes Therapy 8.1 (2017): 55-73
  7. Haak, Thomas., et al. Flash glucose-sensing technology as a replacement for blood glucose monitoring for the management of insulin-treated type 2 diabetes: a multicenter, open-label randomized controlled trial. Diabetes Therapy 8.1 (2017): 55-73
  8. Para se ter um panorama glicêmico completo ao longo dos últimos três meses, o sensor deve ser substituído a cada 14 dias e o sensor deve ser escaneado no mínimo uma vez a cada 8 horas.
  9. A plataforma LibreView só é compatível com determinados sistemas operacionais e navegadores. Consulte www.libreview.com para obter informações adicionais.

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